Home > évora 

Igreja e Convento de S. Francisco e Capela dos Ossos

Todas as fotografias / imagens são fornecidas apenas para orientação.
Localização na Praça 1º de Maio, Cidade de Évora, capital histórica do Alentejo, sede do Distrito de Évora, Alentejo Central, Portugal
 
A Capela dos Ossos é um dos monumentos mais conhecidos de Évora, e está situada na Igreja de São Francisco, e foi construída no século XVII por iniciativa de três monges franciscanos que dentro do espírito da altura (contra-reforma religiosa de acordo com as normativas do Concílio de Trento), e pretendeu transmitir a mensagem da transitoriedade da vida tal como se depreende do célebre aviso à entrada: "Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos".

O templo é uma pequena capela interior situada junto à entrada da Igreja de São Francisco e tem o nome de “Capela dos Ossos" porque as paredes internas são cobertas e decoradas com crânios e ossos humanos.

Além da questão espiritual, também havia uma questão física existiam na região de Évora quarenta e dois cemitérios monásticos que estavam a ocupar demasiado espaço e locais estratégicos que muitos pretendiam utilizar para outros fins.

Assim, decidiram retirar os esqueletos da terra e usá-los para construir e decorar a capela.

A capela, construída no local do primitivo dormitório fradesco é formada por 3 naves de 18,70 m de comprimento e 11m de largura, entrando a luz por três pequenas frestas do lado esquerdo.

As suas paredes e os oito pilares estão "decorados" com ossos e crânios ligados por cimento pardo, as abóbadas são de tijolo rebocado a branco pintadas com motivos alegóricos à morte.

O templo é um monumento de uma arquitectura penitencial de arcarias ornamentadas com filas de caveiras, cornijas e naves brancas, e foi calculado à volta de cinco mil ossos entre crânios, vértebras, fêmures provenientes dos cemitérios, e que foram ligados com cimento pardo e estão dispostos pelas paredes, teto, colunas e no exterior.

A capela era dedicada ao Senhor dos Passos e era uma imagem conhecida na cidade como Senhor Jesus da Casa dos Ossos, e que impressiona pela expressividade com que representa o sofrimento de Jesus Cristo na sua caminhada com a cruz até ao calvário.

A capela passou por um restauro de danos ocorridos com o tempo, e construção de um museu de arte sacra, e outro para exposições temporárias.

A capela é formada por três vãos de 18,7 metros de comprimento e 11 metros de largura. A luz entra por três pequenas aberturas à esquerda.

As paredes e oito pilares são decorados com ossos e crânios cuidadosamente dispostos e mantidos juntos por cimento.

O teto é feito de tijolos pintados de branco e pintado com motivos mortais. O número de esqueletos de frades foi calculado em cerca de 5.000, provenientes dos cemitérios que ficavam dentro de várias dezenas de igrejas.

Alguns desses crânios foram rabiscados com pichações, dois cadáveres ressecados, um dos quais é uma criança que está em vitrines de vidro, e no telhado da capela a frase (Melhor é o dia da morte do que o dia do nascimento).

Dentro da Capela dos Ossos, um poema sobre a necessidade de refletir sobre a própria existência está pendurado em uma velha moldura de madeira em um dos pilares, e é atribuído a padre António da Ascensão Teles, pároco da vila de São Pedro (onde foi erguida a Igreja de São Francisco com a Capela dos Ossos) de 1845 a 1848.
A Igreja e Convento de S. Francisco em Évora
 
A Igreja e Mosteiro de São Francisco localiza-se na Praça 1º de Maio, Cidade de Évora, capital histórica do Alentejo, sede do Distrito de Évora, Alentejo Central, Portugal.

Os primeiros franciscanos chegaram a Évora em 1224 vindos da Galiza, e do primitivo convento apenas restam vestígios da igreja gótica e uma parte do claustro edificado em 1376.

O interesse dos reis em instalar o Paço em Évora, numa parte do convento, e trouxe como contrapartida a reedificação de uma nova igreja sobre a antiga de modo a conferir-lhe a dignidade e beleza consentâneas com o palácio real.

As obras iniciaram-se com D. Afonso V, e tiveram especial desenvolvimento com D. João II, até alcançarem com D. Manuel a magnificência arquitetônica e artística.

No século XVI conhecido como o Convento de Ouro foi difícil manter tais prerrogativas com o abandono do Paço até que Filipe II acabou por entregá-lo aos religiosos.

A partir de meados do século XVII a Ordem Terceira da Penitência de São Francisco veio trazer à igreja um forte cunho devocional e artístico pela contratação de consagrados mestres na instalação e decoração da sua Capela e da Casa do Despacho.

No ano de 1834 a extinção das ordens religiosas ditou o rápido declínio do edifício conventual, mas mantiveram-se a igreja e a Capela dos Ossos devido em parte à Ordem Terceira e à intensa devoção popular ao Senhor dos Passos e à passagem da sede da paróquia de São Pedro para a igreja.

Em 1892-95 grande parte do arruinado convento foi vendida em hasta pública ao benemérito eborense Francisco Barahona que mandou construir habitações ainda hoje existentes e colaborou generosamente no restauro da igreja e da Capela dos Ossos.

O templo foi construído em estilo gótico (com algumas influências manuelinas) entre 1475 e 1550 sob o desenho de Martim Lourenço.

A Igreja é única pelo seu nártex com arcadas na frente da Igreja, a arcada é formada por sete arcos de diferentes formas (arcos semicirculares, pontiagudos ou em ferradura), uma mistura típica de elementos góticos e mouriscos.

A fachada com ameias apresenta pináculos cónicos ou espirais, e o portal manuelino da igreja carrega acima um pelicano que é emblema do rei João II e um armilar, emblema do rei Manuel I.

A igreja apresenta proporções majestosas, a nave única em abóbada de virilha dá uma impressão ampla acentuada pela argamassa branca nas paredes e nas colunas e a maior nave deste tipo que se encontra nas igrejas portuguesas.

A ampla abóbada do cruzeiro assenta em arcos ogivais, e o pai do drama português Gil Vicente está sepultado do lado esquerdo da entrada.

A Capela-mor (início do século XVI) com altar-mor (posterior) apresenta traços renascentistas, mas as as arquibancadas do coro eram feitas em diferentes estilos de arte: a direita no Renascimento e a esquerda no estilo barroco,

Os altares do transepto são decorados com esculturas douradas (talha dourada) emoldurando painéis do século XVI, provavelmente pintados por artistas flamencos.

As laterais da nave contém doze capelas abertas construídas entre os contrafortes da parede.

A Igreja de S. Francisco e a Capela dos Ossos foram sujeitas a profundas obras de requalificação e de conservação e restauro entre Junho de 2014 e Outubro de 2015 .

O conjunto dos edifícios apresentava preocupantes deficiências estruturais e o rico património móvel carecia de restauros, e desejava-se também melhorar a experiência da prática litúrgica, sua função principal.

No projecto de requalificação foram ainda incluídos dois novos espaços museológicos: as galerias sobre as capelas laterais da igreja albergam agora a rica Colecção de Presépios da família Canha da Silva.

Na antiga ala das celas dos monges sobre a Capela dos Ossos foi construído o Núcleo Museológico com peças de arte sacra de várias proveniências, no passado pertencentes à igreja e ao convento.

Por fim, todo o edifício foi beneficiado com mais adequadas acessibilidades, iluminação apropriada e um completo sistema de segurança.
A Classificação da Igreja e Convento de S. Francisco em Évora
 
A Igreja de São Francisco é mais conhecida por sua lúgubre Capela dos Ossos que foi classificada como Monumento Nacional em 1910.