O Museu do Traje de Viana do Castelo, situado em pleno centro histórico da cidade, o edifício do antigo Banco de Portugal alberga desde 2004 o Museu do Traje que dá a conhecer a riqueza etnográfica dos tradicionais trajes vianenses.
O espólio exposto compreende os utensílios utilizados para a confecção artesanal de peças de vestuário, além das exposições permanentes “A lã e o linho no traje do Alto Minho”, “Traje à Vianesa” e “Oficina do Ouro”.
O Museu do Traje realiza inúmeras exposições temporárias tendo como tema o traje e etnografia Vianenses.
O Museu do Traje de Viana do Castelo valoriza através da investigação, conservação, exposição divulgando os bens representativos da natureza e do homem alto-minhoto com a missão de estudar a cultura popular e dá-la a conhecer as camadas mais jovens.
O Museu do Traje de Viana do Castelo foi criado em 1997,e assumiu a missão de estudar e divulgar a identidade e o património etnográfico vianense através do seu expoente máximo, o traje à vianesa.
O traje à vianesa caracteriza-se por ser um traje feminino, popular, rural, usado nas aldeias em redor de Viana do Castelo, que adquiriu características que o individualizam e tornam imediatamente identificável, e este traje foi usado desde meados do século XIX até meados do século XX.
Ao longo do século XX, e coincidindo com o momento em que começou a deixar de ser usado e a perder o seu papel na vida sócio cultural, o traje foi sendo objeto do olhar de estudiosos que lutaram pela manutenção do seu uso quotidiano.
As práticas performativas de que resultaram os grupos folclóricos, e a sua elevação à categoria de atracção principal das festas da cidade em honra da Senhora da Agonia e desta forma o traje manteve as suas características e identidade e preservação.
O traje de Viana mesmo sendo usado em situações descontextualizadas do uso original (fantasia de Carnaval, roupa exótica usada em fotógrafos profissionais, imagem de propaganda e publicidade comercial).
Estes usos afastados do uso original foram ajudando a conferir novos significados ao traje: proximidade com o mundo tradicional e com a ruralidade, alegria e criatividade, o efeito benéfico de espalhar e tornar imediatamente reconhecida a imagem do traje em todo o país.
A criação de um museu dedicado à etnografia vianense (ao traje) para divulgar a criatividade das raparigas da região na confecção dos seus trajes foi desde o início do século XX uma aspiração dos vianenses e por ele lutaram estudiosos como Cláudio Basto, Abel Viana, Afonso do Paço, Manuel Couto Viana, Conde de Aurora, José Rosa de Araújo, Maria Emília de Vasconcelos, Amadeu Costa e Benjamim Pereira, entre muitos outros.
Inicialmente, a tutela do Museu foi entregue à Comissão de Festas da Senhora d’Agonia e funcionou como uma galeria de exposições temporárias, com exposições de trajes organizados por Amadeu Costa.
A Câmara Municipal assumiu a sua tutela em 2000, com a colocação de um técnico superior responsável pelo espaço, e começou a delinear as linhas programáticas que conduziram à definição da missão e objectivos do museu que serviram de base à candidatura à Rede Portuguesa de Museus.
Ao Novo Museu foram atribuídas funções de preservar, estudar e divulgar elementos relacionados com os modos de vida tradicional e a identidade cultural alto minhota.
Sendo o traje popular rural feminino usado nas aldeias em redor da cidade de Viana do Castelo habitualmente conhecido como “Traje à Vianesa” ou “à Lavradeira” o elemento mais conhecido e celebrado da etnografia minhota foi o motivo para a atribuição do nome a este Museu.
O museu assume também um papel de comunicar e potenciar o valor informativo do traje, que é tanto mais importante quanto está sempre presente na divulgação da cidade e da região, e não é possível nos nossos dias encontrá-lo no seu “ambiente natural” (excepto em situações especiais como festas, romarias e festivais de folclore).
No ano de 2004 o Museu apresentou a sua primeira exposição permanente intitulada “A Lã e o Linho no Traje do Alto Minho “, comissariada por Benjamim Pereira.
Em 2007 o edifício sofreu grandes obras de adaptação às funções museológicas com a conquista de espaços para exposição, reservas, serviços educativos, tertúlias e administração que melhoraram consideravelmente as condições para o cumprimento das funções museológicas.
O museu desenvolveu ainda um conjunto de cinco núcleos museológicos temáticos espalhados pelas freguesias rurais do concelho: em Outeiro dedicado “ao pão”, em São Lourenço da Montaria “aos moinhos de água”, em Carreço “aos moinhos de vento” e às “actividades agro-marítimas” em Castelo de Neiva à apanha do sargaço.
Ao longo deste período apresentou mais de uma centena de exposições temporárias e cinco exposições de longa duração, e até 2020 o museu foi visitado por mais de 500 mil pessoas sendo uma grande fatia deste número constituído por visitas escolares de alunos que assim ficam a conhecer melhor o traje cuja imagem reconhecem do seu dia a dia.