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Fortaleza de Valença

Todas as fotografias / imagens são fornecidas apenas para orientação.
A Fortaleza de Valença, por vezes chamada Valença do Minho, localiza-se na cidade de Valença, distrito de Viana do Castelo, região Norte e sub-região do Alto Minho.
 
A Fortaleza de Valença percorre as memórias de 2000 anos de aventuras históricas de Portugal e Espanha, uma jóia da arquitetura militar abaluartada com 5 Km de muralha e considerada uma Fortaleza Viva multicultural.

O casario, as construções militares, as igrejas, as vistas para o rio Minho, a antiga ponte metálica e o Tui medieval completam-se num quadro singular.

Valença que foi bastião militar da defesa da independência de Portugal é hoje um espaço aberto ao mundo e símbolo das relações entre Portugal e Espanha
História de Valença e da sua fortaleza que levou ao seu desenvolvimento
 
A história e as origens do desenvolvimento de Valença encontram-se estreitamente ligadas à presença do rei D. Sancho I e decide dar início a uma série de tentativas de ocupação das localidades de Tui e Pontevedra.

No quadro destes conflitos entre Portugal e Espanha que Valença à época conhecida por Contrasta ganha por volta de 1200 um protagonismo inédito.

A posição estratégica, entre o rio Minho e a velha estrada romana, Contrasta constituía o local ideal para vigiar os ataques galegos e para planear as investidas sobre Pontevedra e Tuy.

A importância que a antiga via romana ganha enquanto local de peregrinação rumo ao túmulo de Santiago para a qual confluem peregrinos e viajantes de toda a Península Ibérica.

Os acontecimentos levaram o rei D. Sancho I a outorgar a sua primeira carta de foral e decidiu erguer uma construção defensiva de carácter permanente afirmando uma linha de fronteira natural que o rio estabelecia.

D. Afonso II concedeu o foral em 11 de Agosto de 1217 contemplando um conjunto de regalias e privilégios aos habitantes de Contrasta.

A Contrasta (actual Valença) que nesta época assume do ponto de vista geoestratégico um estatuto reforçado no contexto das relações do Minho com a Galiza tornando-se no principal ponto de passagem entre as duas regiões.

No ano de 1262 Contrasta muda de nome para Valença dá-se uma profunda reforma do sistema militar da vila passando as muralhas a abarcar toda a povoação por decisão de D. Afonso III.

A fortificação de Valença remonta à transição do século XII para o XIII e destinava-se à defesa da povoação e da travessia daquele trecho do rio.

No século XVII no contexto das Guerras da Restauração da Independência Portuguesa construiu-se uma impressionante fortificação abaluartada de patamares sobrepostos para melhor aproveitar as condições topográficas do local.

Um projecto grandioso que se assumiu como obra de propaganda e de ameaça face à vizinha Espanha.

No contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa a fortificação foi reformada com projeto do francês Miguel de l'' Ècole foram reconstruídos os muros para abraçar o perímetro expandido da vila e novas estruturas abaluartadas: Coroada com três baluartes (Santa Ana, São Jerônimo e Santa Bárbara) e dois meio-baluartes (São José e Santo Antônio) abertos novos fossos sobre se ergueram relevos em talude, revelins para defesa de algumas cortinas sete novos baluartes: Carmo, Esperança, Faro, Lapa, São Francisco, São João e Socorro.

As obras prosseguiram em 1661 e o seu último arquiteto foi Manuel Pinto de Vilalobos que aproveitando em grande parte as plantas do mestre deu início à tarefa em finais de 1691 e a deu como concluída em 1713.

Ao final do século XVIII foram reforçados os muros do Paiol da Pólvora e levantado o Paiol do Açougue (1774).

Nas Guerras Liberais rendeu-se ao fim de nove dias só foi reconquistada pelos liberais em 1830 com o reforço do almirante inglês Charles Napier.

A mais importante fortificação do Alto Minho foi objeto de diversas intervenções de restauro ao longo do século XX, as estruturas que chegaram até nós encontram-se em bom estado de conservação e abertas à visitação pública.
Características da Fortaleza de Valença
 
O que resta da fortaleza medieval data do reinado de D. Afonso III que ordenou uma grande reforma do sistema militar da vila cujas muralhas passaram a abarcar toda a povoação no ano de 1262.

Na Porta do Açougue, virada a Norte, é ainda possível verificar a existência de um escudo medieval na pedra de fecho.

A porta da "Gambiarra" voltada à nascente era a principal entrada na fortaleza dando para a zona ribeirinha e para a barca que fazia a travessia do Minho.

Uma entrada triunfal de grande impacto cenográfico e onde se concentravam os elementos identificativos do patrocínio régio, compondo-se por uma passagem ladeada por duas imponentes torres quadrangulares.

No final da Idade Média, como desenhou Duarte d'''' Armas, a fortaleza afonsina foi complementada por barbacãs e por uma couraça que revelam a sua importância no período de transição para a guerra de pólvora.

No século XVII, Valença era uma das localidades mais expostas aos ataques espanhóis cujas tropas a tentaram tomar em 1643 e 1657.

A localização privilegiada no curso do Minho e as condições do terreno possibilitaram a construção de uma das mais significativas realizações militares da História de Portugal.

O projecto ficou a dever-se a Miguel de l'''' École, engenheiro militar com outros trabalhos documentados em fortalezas do Alto Minho, arrancando as obras em 1661.

A fortaleza só ficou formalmente concluída em 1713, ano em que uma planta do seu último arquitecto Manuel Pinto de Vilalobos a dá como concluída embora existam referências à construção de baluartes nos anos seguintes.

O meio século de trabalhos alteraram radicalmente a fisionomia de Valença e a relação da localidade com o rio, separados por uma gigantesca malha de baluartes e de patamares comunicantes entre si através de fossos e de passagens superiores.

A reconstrução das defesas que transformaram Valença em uma Praça-forte, a povoação nunca separada do rio por uma expressiva rede de baluartes que se comunicam entre si por meio de fossos e de passagens inferiores.

A Fortaleza planimetricamente constituída por um conjunto de baluartes, revelins e fossos em duas grandes áreas que se comunicavam pela chamada Porta do Meio: o sector Norte, que abrange a antiga vila madeiral, e oprofessor Sul uma área menor e mais aberta: a chamada Coroada.

A rodear os dois espaços, uma densa malha de baluartes e fossos que garantiam o isolamento de toda esta área e permitiam uma ampla área de visibilidade e de fogo.

Atualmente, quando percorremos o interior da Fortaleza de Valença é possível identificar claramente estas duas áreas com cerca de 5 km de perímetro amuralhado, o sistema defensivo abaluartado de Valença é composto por 10 baluartes e dois meios baluartes.

Nesta altura foram criados os baluartes da Lapa, da Esperança e do Faro, o chamado Paiol do Açougue (Antigo Armazém da Pólvora) edificado em 1715 no lado poente da Praça e o Paiol do Campo de Marte atendendo às características únicas do seu interior.

A obra militar foi considerada de grande inovação para a época utilizando a técnica de fortificação abaluartada.

No início do século XVIII Valença era a mais importante Praça-Forte do Minho e uma das mais importantes de toda a linha fronteiriça de Portugal.