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Santuário da Peninha

Todas as fotografias / imagens são fornecidas apenas para orientação.
Localiza-se na Serra de Sintra, no alto a 488 metros de altitude, Cidade e Concelho de Sintra, Distrito de Lisboa, Centro de Portugal
 
O Santuário da Peninha construído por devoção popular ou a Capela de Nossa Senhora da Penha (Peninha) surge na sequência de uma suposta aparição de Nossa Senhora a uma pobre pastora, o local de culto está envolto em lendas que têm atravessado gerações de peregrinos.

O conjunto arquitetônico é composto ainda pela secular ermida de São Saturnino e por um enigmático palacete romântico-revivalista mandado construir em 1918 por António Augusto Carvalho Monteiro (proprietário da Quinta da Regaleira).

No local podemos observar rochas que constituem o Maciço Magmático de Sintra, gerou-se há cerca de 80 Ma a grandes profundidades sendo a rocha dominante o granito.

Na Serra de Sintra é possível observar paisagens em que se destacam amontoados caóticos de enormes blocos de rocha arredondados,constituindo o que se designa por “caos de blocos” rochas de composição granítica e sienítica tendo as edificações da Peninha sido construídas no alto de um desses amontoados de rocha sienítica.

A lenda da Peninha conta que no reinado de D. João III, na terra de Moinhos-Velhos havia uma pastora muda que tinha o costume de levar as suas ovelhas a pastar ao cimo da serra.

Certo dia uma das suas ovelhas fugiu deixando a jovem pastorinha desesperada em busca da tal ovelha e após longas buscas observou ao longe uma senhora que trazia consigo a sua ovelha.

A Senhora pediu à pastorinha que lhe desse um pouco de pão a pastora explicou-lhe gestualmente que esse ano tinha sido mau e havia muita fome e a Senhora deu-lhe então um conselho: Quando chegares a casa chama pela tua mãe e procura pão.

Ao chegar a casa chamou por sua mãe e a sua voz fez-se ouvir em toda a sua casa e contou a história a sua mãe e apressou-se em procurar o pão, e para o espanto das duas dentro de uma arca encontraram pão que chegou para a aldeia inteira.

No dia seguinte como prova de agradecimento toda a aldeia subiu à serra, e precisamente no sítio onde a pastorinha tinha encontrado a senhora, estava agora uma gruta com a imagem de Nossa Senhora e o local passou a ser sagrado e mais tarde foi aí construída uma capela conhecida por capela de Nossa Senhora da Peninha.

O Santuário da Peninha insere-se num conjunto arquitectónico formado pela antiga ermida de São Saturnino (fundada por D. Pêro Pais na época da formação do reino de Portugal e hoje abandonada) e pelo palacete romântico de estilo revivalista, que se assemelha a uma fortificação, construído no ano de 1918.

A atual capela remonta ao século XVII, tendo sido fundada por Frei Pedro da Conceição.

O conjunto de painéis que reveste o interior da ermida representa cenas da Vida da Virgem, e foi executado por diferentes autores.

Os painéis monumentais do corpo da nave têm vindo a ser atribuídos a Manuel dos Santos. Também da sua autoria serão os dois painéis que ladeiam a porta principal e o tímpano semi-circular, este último com a representação do Pentecostes.

A capela-mor datada de 1690 é toda forrada de um tapete de mármores de várias cores (branca, negra, rosada e amarela) e o altar tal como o púlpito é revestido por belos embutidos do mesmo material e com as mesmas cores.

Os azulejos da nave traduzem os 42 passos da vida da Virgem, de belo desenho que podem ser atribuídos a qualquer de dois pintores Italianos que viviam em Lisboa Júlio César de Femine e Vicente Baccarelli pois as figuras são absolutamente italianas.

No altar existem mais cinco imagens: Santa Rita de Cássia, S. Miguel Arcanjo, S. José, Santo Agostinho e ainda outra não identificada segurando um báculo.

O retábulo, também de embutidos marmóreos finos, é atribuído a João Antunes, por ser muito semelhante a tantos outros traçados pelo arquitecto de D. Pedro II.

O palácio ocupa o lugar onde existiu um grupo de três casas que se mostram em postais antigos que também encobrem a capela e foi mandado construir em 1918/1919 pelo grande Capitalista Dr. António Augusto de Carvalho Monteiro que por virtude da sua riqueza era conhecido por Monteiro dos Milhões.

O Dr. António Augusto de Carvalho Monteiro, grande coleccionador e camoniano, nasceu no Rio de Janeiro em 27 de Novembro de 1850 e faleceu no seu palácio de Sintra em 24 de Outubro de 1920, o Palácio da Peninha projectado pelo artista sintrense Júlio Fonseca não foi por ele acabado.

O Palácio foi vendido na década de 20 ao seu advogado, Dr. José Maria Ferreira Rangel Sampaio que procurou o mestre Júlio Fonseca pedindo para lhe fornecer novo projecto a fim de poder acabar a obra.

O Dr. Rangel por disposição testamentária doou todo o conjunto da Peninha a Universidade de Coimbra que em 1991 a vendeu ao actual Instituto de Conservação da Natureza.
A Classificação do Santuário da Peninha Sintra
 
O Santuário da Peninha Sintra classificado no como Imóvel de Interesse Público em 1977.