Parque Natural da Arrábida

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Localiza-se na península de Setúbal abrangendo os municípios de Palmela, Setúbal e Sesimbra com a altitude mais elevada no Pico do Formosinho com 501 metros de altitude no distrito de Setúbal, Centro de Portugal
 
O Parque Natural da Arrábida estende-se por 35 quilômetros incluindo diversas montanhas e lugares de beleza natural como: a Serra do Louro, Serra do Risco, Serra de São Luís, Serra dos Gaiteiros, Serra Longa, Serra de São Francisco e a própria Serra da Arrábida.

O Parque Natural da Arrábida foi criado em 28 de julho de 1976 com uma área aproximada de 10 800 hectares, protegendo a vegetação maquis de tipo mediterrânico nascido deste microclima com semelhanças com regiões adriáticas como a Dalmácia.

A fauna e flora são bastante diversificadas, apesar de terem sofrido grandes alterações desde o século XIX, e até ao início do século XX era ainda possível observar lobos e veados.

Atualmente verificou-se um aumento significativo do número de javalis na Serra da Arrábida devido à ausência de predadores naturais que está a ameaçar espécies de flora protegida pelo parque natural como orquídeas raras e tulipas selvagens.

Neste espaço encontram-se cerca de 1400 espécies vegetais correspondendo a 40% da flora portuguesa e menos de 1% da área vegetal do país, é também a casa de uma planta muito especial o trovisco-do-espichel (Euphorbia pedroi).

O Parque Natural está integrado em redes internacionais de conservação, e todo o seu território está classificado como Sítio de Especial Interesse para a Conservação da Natureza - Biótopo CORINE.

O parque natural é constituído por três eixos principais divididos em duas zonas distintas: Serra do Risco e da Serra da Arrábida, Serra dos Gaiteiros, Serra de São Luís e Serra de São Francisco, Serra do Louro e Serra Longa.

A zona geográfica do cabo Espichel faz também parte do parque que possui a norte a costa da Caparica, e a sul a longa praia que se estende desde a península de Tróia até a cidade de Sines com vistas panorâmicas.

O Cabo Espichel está situado no concelho de Sesimbra, freguesia do Castelo, distrito de Setúbal e a partir daqui podemos observar a vertiginosa e abissal Baía dos Lagosteiros.

O parque natural da Arrábida é excepcional pela diversidade de processos geológicos, exemplo disso são a discordância do Portinho da Arrábida como testemunho da primeira fase de inversão tectônica da Margem Ocidental Ibérica (MOI), a falha de El Carmen, o afloramento da falha sin-sedimentar da Figueirinha, os Conglomerados do Alto da Califórnia e a Brecha da Arrábida (tipo litológico único no mundo).

Os principais cursos de água no Parque Natural da Arrábida localizam-se na sua maioria na parte este entre Setúbal, Palmela e no vale dos Picheleiros

A ribeira da Ajuda é o curso de água de maior caudal da cadeia Arrábida resulta da junção das Ribeiras de Alcube, do Picheleiro e das Ribeiras do Almeirão e Pomarinho.

A sua bacia hidrográfica abrange os Vales de Picheleiro, Alcube e Ajuda, as encostas a W e S da serra de S. Luís e as encostas a W do Nico e Viso.

A ribeira de Melres, do Vale de Cavalo e de Mareta, a ribeira da Corva afluente da ribeira de Livramento, a ribeira do Calhariz afluente do rio Coina alcançam os seus maiores caudais exteriormente ao Parque.

No interior da área do Parque apenas a ribeira da Ajuda conserva corrente durante quase todo o ano, grande parte da Península de Setúbal em que o Parque se insere a infiltração profunda excede largamente o escoamento superficial.

O parque natural da Arrábida apresenta características mediterrânicas traduzindo-se em duas estações extremas: verão quente e seco chegando a atingir temperaturas com valores aproximados às temperaturas das regiões tropicais, com períodos de seca prolongados que se podem estender por vários meses, inverno frio geralmente úmido intercaladas com duas estações intermédias, o outono e primavera.

Na Arrábida é importante os microclimas próprios das vertentes norte e sul da área montanhosa, a encosta a norte mais exposta aos ventos húmidos do noroeste é mais húmida e fresca, a vertente meridional exposta a uma forte insolação o que lhe dá mais secura no período estival, temperatura elevada e invernos temperados.

A proximidade do mar ao oceano Atlântico é um fator climático de relevante importância dando à região uma maior amenidade nas temperaturas ao longo do ano.

Nesta área protegida subsiste vegetação natural de grande importância conservacionista não só do ponto de vista nacional como internacional.

Nesta área destacam-se os carvalhais de Quercus faginea frequentes um pouco por toda a Arrábida nas encostas setentrionais e vales, as formações nas linhas de água torrenciais com Crataegus monogyna, a notável Acer monspessulanum, as perenifólias de cariz mediterrânico como a oliveira (Olea europaea) e alfarrobeira (Ceratonia siliqua) nos vales orientados a Sul.

As perenifólias de possível transição duri silva-laurisilvae com portes que atingem 15 m e nos estádios mais equilibrados por Quercus coccifera, Phillyrea latifolia e incluindo a Smilax aspera, as formações de hemi-fruticeti muito localizadas nas arribas marítimas entre os Cabos Espichel e D''Ares caracterizadas pela presença de Euphorbia pedroi e Withania frutescens, vestígios de laurisilvae nas arribas marítimas junto do Cabo Espichel.