Real Mosteiro de Santa Maria

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Localiza-se na cidade de Alcobaça, no distrito de Leiria, na região do Centro de Portugal
 
O Mosteiro de Alcobaça é a primeira obra plenamente gótica erguida em 1178 pelos monges da Ordem de Cister.

No ano de 1834 os monges foram forçados a abandonar o mosteiro, na sequência do decreto de supressão de todas as ordens religiosas de Portugal, promulgado por Joaquim António de Aguiar, ministro dos negócios eclesiásticos e da justiça do governo da regência de D. Pedro, Duque de Bragança.

No final do século X organizou-se em Cluny, na Borgonha, um novo mosteiro beneditino que procurava seguir com fervor a Regra de S. Bento, os religiosos de Cister procuravam seguir à letra a Regra de São Bento, queriam viver do seu trabalho e não acumular riquezas.

O 1º Rei D. Afonso Henriques a 8 de abril de 1153 dá-se a fundação da Abadia de Santa Maria de Alcobaça e da sua Carta de Couto.

A doação de terras à Ordem de Cister constituiu um agradecimento do monarca pela ajuda na conquista de Santarém aos mouros. Durante este período, a conquista de territórios a sul e o respectivo povoamento eram determinantes para a consolidação de Portugal enquanto país.

A construção do templo foi iniciada em 1178, tendo como inspiração a abadia de Claraval (em França), sede da Ordem de Cister. O Mosteiro de Alcobaça foi assim construído num estilo a que se chamou Gótico Primitivo, que tem o seu expoente máximo na Catedral de Notre Dame, em Paris.

Um dos aspectos mais impressionantes deste monumento é a nave central simples e pouco ornamentada é demonstrativa do despojamento da época medieval.

No Mosteiro de Alcobaça é possível falar também da maior história de amor da História de Portugal, a paixão trágica de D. Pedro e D. Inês de Castro está imortalizada naquele local, os túmulos colocados frente a frente para que os dois apaixonados se reencontrassem no Dia da Ressurreição.

Na época medieval algumas dependências que permitem imaginar como seria o quotidiano dos monges que o habitaram: o refeitório, o dormitório, a Sala do Capítulo e o Claustro de D. Dinis do século XVI é o Claustro do Cardeal que constitui uma homenagem ao Infante D. Henrique.

A complexa estética barroca com espaços interessantes como a Sacristia Nova, a Capela Relicário por possuir 89 esculturas-relicário, a Capela do Desterro com um interior revestido a azulejos com episódios bíblico como a Fuga, o Regresso do Egipto e passos da vida de Jesus.

Os primeiros monges de Alcobaça, conhecidos como monges brancos, tiveram uma ação civilizadora notável desempenharam ações de assistência e beneficência através da botica (a farmácia), distribuição de pão e de esmolas na portaria.

O mosteiro é constituído por uma igreja ao lado da sacristia, a norte por três claustros seguidos sendo cada um circundado na sua totalidade por dois andares e por uma ala a sul, o claustro mais antigo possui dois andares.

Os edifícios à volta dos claustros mais recentes possuem três andares e foi descoberto um presumível quarto claustro no lado sul da igreja (1998-2000), o claustro foi aplanado na sequência da destruição causada pelo terramoto de 1755 e da grande inundação de 1774.

O edifício completo ainda hoje possui uma área de construção de 27.000 m2 e uma área total de pisos de 40.000 m2 e a área construída juntamente com o claustro sul terá tido a dimensão de 33.500 m2 e a fachada principal do mosteiro da igreja e da ala norte e sul tem uma largura de 221 m, tendo o lado norte cerca de 250 m.

No ano de 1178 e 1240, a igreja e o primeiro claustro foram construídos no estilo pré-gótico, da passagem do românico, tendo a Igreja sido inaugurada em 1252 é a primeira obra plenamente gótica erguida em solo português.

Os edifícios do lado sul foram provavelmente construídos no último terço do século XVI iniciou-se a construção do Claustro da Levada que se ligava ao claustro medieval norte e construiu-se o Claustro da Biblioteca ou do Rachadouro (século XVII e a metade do século XVIII).

A Igreja é constituída por uma nave central, duas naves laterais, e um transepto (cruzeiro) criando a imagem de uma cruz plantada de cruz latina e as naves têm 20m de altura.

A capela-mor é limitada a oriente por um deambulatório (charola), com nove capelas radiais, as outras quatro capelas vão dar pelos dois lados ao transepto. O comprimento total é de 106 m, a largura média é de 22 m e a largura do transepto é de 52 m.

A arquitectura da igreja de Alcobaça é um reflexo da regra beneditina na procura da modéstia, da humildade, do isolamento do mundo e do serviço a Deus.

O Mosteiro de Alcobaça com uma planta em cruz latina, a concepção arquitectónica desprovida no interior de decoração e sem imagens como ordenava a Ordem de Cister apresenta uma grandiosidade e beleza indiscutíveis.

As naves central e laterais, inteiramente abobadadas, são praticamente da mesma altura, dando a sensação de amplo espaço, a que o processo de iluminação românico dá pouca luz e o torna maior.

O interior do edifício demonstra a existência de um gótico avançado, mas o exterior do edifício exprime a austeridade cistercienseorientada para objetivos mais pragmáticos.
A Classificação do Mosteiro de Alcobaça
 
O Mosteiro foi classificado Património Mundial pela UNESCO em 1989 e a 7 de julho de 2007 foi eleito como uma das Sete Maravilhas de Portugal.