Parque e Palácio Nacional da Pena

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Localiza-se na Serra de Sintra, freguesia de São Pedro de Penaferrim, concelho de Sintra, Centro de Portugal
 
O castelo ergue-se no topo de uma colina na Serra de Sintra, acima da vila de Sintra, e em dias claros pode ser facilmente avistado de Lisboa e de grande parte da sua área metropolitana.

O Palácio Nacional da Pena constitui uma das maiores expressões do Romantismo do século XIX no mundo, e estamos perante uma das raras casas reais portuguesas que ainda hoje mantém intacto todo o seu espólio, mobiliário e adereços originais.

Os tons coloridos do palácio, expoente máximo do Romantismo em Portugal e obra eterna de D. Fernando II, Rei-Artista, abrem portas à imaginação de todos os que ali chegam, e os infinitos matizes de verde que pintam o parque circundante constituem um cenário idílico, frequentemente sob o véu do característico nevoeiro da serra de Sintra.

O Palácio da Pena possui uma profusão de estilos muito de acordo com o gosto exótico do Romantismo, a mistura intencional de estilos ecléticos inclui o Neo-Gótico, Neo-Manuelino, Neo-Islâmico e o Neo-Renascentista.

O Palácio ergue-se em rocha na Serra de Sintra e estruturalmente dividido em quatro seções: as fundações e suas paredes envolventes com duas portas (uma das quais protegida por uma ponte levadiça ), a estrutura restaurada do antigo convento e a torre do relógio, o Pátio dos Arcos em frente à capela com a sua parede de arcos mouriscos, a zona palaciana e seu baluarte cilíndrico com interiores decorados em estilo catedral.

As várias dependências (26 no total) nuamente decoradas onde se contemplam quase todos os materiais e estilos decorativos conhecidos, que nos levam a reviver esse tempo passado.

Os interiores do Palácio da Pena foram adaptados para servir de residência de verão da família real, possui estuques impressionantes, paredes pintadas em trompe-l''''''''oeil, vários revestimentos em azulejo do século XIX e integrando as inúmeras colecções reais.

No denominado “Salão Nobre” composto por motivos geométricos de nítida influência árabe com motivos vegetalistas, o lustre neogótico de bronze dourado, as quatro grandes esculturas de turcos em madeira de “andiroba”, os quais sustentam candelabros, os bufetes oitocentistas, o aquário da Fábrica do Rato e a lindíssima floreira estilo Carlos X que decoram todo o espaço, os vitrais alemães do século XIX de nítida simbologia maçónica, os quais fornecem ao conjunto um toque medievo.

O novo espaço arquitectónico constituído por uma série de terraços desnivelados, escadas em caracol, diversas guaritas, arcos, passadiços e corredores que nos dão acesso às dependências que se espalham, acidental e assimétricamente segundo o ideal romântico.

A entrada para o Palácio faz-se por um pátio de pequenos arcos arabizantes terminados num remate superior de vincado gosto egipto izante.

A porta ornamentada com almofadados pétreos, dois vasos de ferro fundido (típicos do século XIX e de nítida influência de Eiffel) representando graciosas cenas mitológicas gregas.

Ao fundo vêem-se dois lances de escadas que formam um U, destacando-se entre elas e sobre uma base de madeira, o busto do Rei Artista por detrás da peanha, pende do corrimão o “Pavilhão Real” usado por D. Pedro V.

No topo das escadas, deparamos com o claustro quinhentista do Convento de Nossa Senhora da Pena, restaurado integralmente por D. Fernando II e tendo ao centro uma concha pétrea gigante assente e sustentada por quatro tartarugas, emana um feto arbóreo, sugerindo-nos a interpretação romântica da vida vegetal a brotar do mundo marinho.

A copa que antecede a casa de jantar da Família Real, é preenchida por um enorme armário de madeira recheado com porcelanas e cristais onde se destacam as peças Limoges-Haviland recortadas e ostentando a Coroa Real portuguesa.

O acesso à sala de jantar instalada no antigo refeitório dos monges hieronimitas é constituída por mobiliário em estilo nacional, a elegante mesa posta para doze pessoas e coberta por um magnífico rendilhado de Bruxelas.

O centro de mesa, representando uma caravela sustida por Ninfas e Neptunus consiste numa bela peça de ourivesaria francesa oitocentista atribuída a Froment Meurice e Louis Aucoc que aqui constitui o elemento decorativo mais importante.

A janela do fundo mostra cortinados de renda suíça, à sua frente sobre uma coluna observa-se o lindo arranjo de plumagens em forma de leque, no chão o tapete turco ocupa grande parte do espaço.

Os aposentos do Rei D. Carlos observam-se sete telas inacabadas da sua própria autoria, representando cenas amorosas onde Ninfas e Faunos se envolvem em apaixonadas correrias, colecção de vidros e canecas.

No compartimento subsequente (quarto de repouso de D. Carlos) vê-se um mobiliário Império com cama de dossel onde a madeira e o bronze se interligam harmoniosamente.

Na sua decoração fazem sempre parte elegantes divãs, otomanas, banheiras revestidas com madeiras acetinadas, torneiras em forma de pássaros e cisnes estilizados, inúmeros frascos de perfumes orientais que preenchem por completo algumas prateleiras.

O quarto da Rainha D. Amélia inclui um excepcional trabalho de estuque com motivos geométricos, dando-nos a impressão de nos encontrarmos numa sala islâmica.

Os dois fechos de abóbadas representam as armas reais de D. Maria II e do Rei-Consorte, as de D. Carlos e de D. Amélia.

A cama de bilros e em pau-santo (século XVIII) apresenta dossel e cobertura, os castiçais de prata, os tapetes turcos, as loiças Companhia das Índias. as porcelanas francesas, os cristais da Boémia, os candeeiros Galehaut e o fenomenal gomil Arte Nova.

O toucador contíguo consiste numa pequena sala forrada a pau-santo onde se vêem capas, leques e outros adereços.

O quarto de vestir da Rainha encontra-se também completamente decorado ao gosto da época, vendo-se mobiliário de mogno e um bengaleiro circular.

Na sala de estar privada da Família Real o que mais nos prende a atenção é o conjunto de porcelanas Meissen, policromadas, os estuques parietais geometrizantes, a cafeteira setecentista, a escultura feminina de E. Barrias de características algo próximas da Arte Nova, o contador do século XIX, os cadeirões arabizantes sugerindo minaretes, a fruteira de gradilha alta com duas pegas em Companhia das Índias, os inúmeros retratos de família, o piano de madeira de jacarandá e a Caridade de Columbano o que fornece a esta sala uma sobrecarregada ambiência vincadamente romântica.

As restantes salas e aposentos do Palácio da Pena (quartos de D. Manuel II, “Sala de Saxe”, “Sala dos Veados”, etc.) encontram-se decoradas com mobiliários exóticos e são caracterizadas por um gosto romântico idêntico ao das outras salas.

O Parque da Pena é uma vasta área florestal que envolve totalmente o Palácio da Pena, estendendo-se por mais de 200 hectares de terreno irregular.

O parque foi criado ao mesmo tempo que o palácio pelo Rei Fernando II que foi auxiliado na tarefa pelo Barão von Eschwege e pelo Barão von Kessler .

O gosto exótico do Romantismo foi aplicado ao parque como fontes, cascatas, chalets, pontes, pérgolas, capelas que transformam este conjunto num autêntico emblema paradigmático do Romantismo Europeu.

O rei ordenou que árvores de diversas terras distantes fossem plantadas lá incluíam: sequóia norte-americana , cipreste de Lawson , magnólia e red cedar ocidental , ginkgo chinês, cryptomeria japonica, uma grande variedade de samambaias e samambaias arbóreas da Austrália e Nova Zelândia concentrada no Queen''''''''s Fern Garden (Feteira da Rainha ).

O parque possui um sistema labiríntico de caminhos e estradas estreitas ligando o palácio aos vários pontos de interesse ao longo do parque e às suas duas saídas fechadas.
A Classificação do Parque e Palácio Nacional da Pena
 
O palácio é um Patrimônio Mundial da UNESCO, uma das Sete Maravilhas de Portugal que é também utilizado em ocasiões oficiais pelo Presidente da República Portuguesa e outros funcionários do governo.