Castelo de Guimarães

Todas as fotografias / imagens são fornecidas apenas para orientação.
Localiza-se na Rua Conde Dom Henrique, na freguesia de Oliveira do Castelo, cidade e concelho de Guimarães, no distrito de Braga, Norte de Portugal
 
O monumento encontra-se ligado à fundação do Condado Portucalense e às lutas da independência de Portugal, sendo designado popularmente como berço da nacionalidade.

No contexto da Reconquista cristã da Península Ibérica, os domínios de Vimaranes foram outorgados em fins do século IX a um cavaleiro de suposta origem castelhana, de nome Diogo Fernandes que nelas veio a estabelecer-se.

Uma de suas filhas, de nome Mumadona Dias, desposou o poderoso conde Hermenegildo Gonçalves, vindo a governar desde meados do século X até ao terceiro quartel do século XI, os domínios de Portucale.

A Condessa Portucalense Mumadona por volta de 928 ficou viúva, e onde os bens foram divididos em julho de 950 entre os seus seis filhos.

A Condessa portuguesa Mumadona Dias fundou na parte baixa da povoação de Vimaranes um mosteiro o qual veio a fazer mais tarde uma vultosa doação de terras, gado, rendas, objetos de culto e livros religiosos (26 de janeiro de 959).

No final de 950 já aparece mencionado numa doação em que o Mosteiro de Guimarães é referido sob sua alçada, e trata-se de uma fundação condal da segunda metade do século X.

A própria condessa Mumadona declara num pergaminho datado de 968 que o fundara para proteger o mosteiro vimaranense do ataque dos “gentios” (referindo-se provavelmente os Normandos).

O primitivo castelo encaixado entre os afloramentos graníticos deve ter sido erguido em madeira e dele poucos vestígios nos restam.

No final do século XI, durante o governo dos condes, D. Henrique e D. Teresa, o castelo sofreu uma reforma profunda de que restam vestígios sobretudo na fachada Norte voltada ao Campo de S. Mamede onde a base dos muros apresenta uma fase diferente com pedras de grande dimensão.

Esses vestígios documentam um recinto com planta arredondada, e foi neste castelo que se travou uma batalha entre Afonso VII de Leão e Castela e o infante D. Afonso Henriques.

No século XII, no tempo do nosso primeiro monarca sofreu uma reforma profunda a partir da qual passou a abranger o perímetro atual, mas ainda sem as suas oito torres.

As reformas góticas, no reinado de D. Afonso III ou de D. Dinis (quando as muralhas de Guimarães estavam a ser intervencionadas) teve uma profunda reforma que lhe acrescentou os oito torreões do seu perímetro (quatro dos quais enquadrando as duas portas de entrada) e a sua torre de menagem.

Na segunda metade do século XIII com as reformas góticas, o castelo de Guimarães adquiriu a sua forma atual.

O Castelo desempenhou um papel decisivo na Guerra Civil de 1321-24, que opôs D. Dinis ao infante D. Afonso, herdeiro do trono que teve como ponto culminante o Cerco de Guimarães de 1322, e a sua importância voltou a ser testada na Crise de 1383-85 quando foi cercado pelo Mestre de Avis.

No século XV ainda manteve alguma relevância, mas a partir dos finais de Quatrocentos foi-se esvaziando de importância militar e estratégica.

A partir do século XV, diante dos progressos na artilharia, o Castelo de Guimarães perdeu a sua função defensiva.

As fronteiras estavam muito afastadas e as armas tinham evoluído para a pirobalística (as “armas de fogo”).

A partir dos primeiros anos do século XVI, o Castelo de Guimarães foi conhecendo os anos de abandono e de decadência, e sem função militar passou a ser utilizado como cárcere ou prisão.

Atualmente o Castelo apresenta-se bem conservado, encontra-se aberto à visitação pública, apresenta planta no formato aproximado de um escudo facetado.

As suas muralhas, reforçadas por quatro torres, são rasgadas por portas um adarve, acedido por escadas nas torres percorre a parte superior das muralhas coroadas por ameias pentagonais de recorte pontiagudo.

Na face oeste, uma ponte de madeira estabelece a ligação entre o adarve das muralhas e a porta da torre de menagem.

No troço norte das muralhas são visíveis as ruínas da antiga alcáçova provavelmente do século XIV, que se divide em dois pavimentos destacando-se as suas janelas exteriores e duas chaminés.

O portão principal a oeste é defendido por dois torrões, e estando outros dois a defender a porta da traição, a leste.

A Torre de Menagem ao centro da praça de armas apresenta planta quadrangular com poucas aberturas, e assinalando os pavimentos ligados internamente por escadas de madeira e de pedra.

Um adarve largo e contínuo permite a circulação e a observação no topo da torre coroada por ameias pentagonais pontiagudas.

De acordo com a tradição, aqui nasceu o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques (1112-85).

A pia onde se afirma ter sido baptizado encontra-se na capela românica da Igreja de São Miguel da Oliveira, no setor Oeste do castelo.
A Classificação do Castelo de Guimarães
 
O Castelo de Guimarães classificado como Monumento Nacional em 1881 adquiriu um valor emblemático incontornável muito fomentado pelo Estado Novo responsável por uma profunda intervenção de restauro realizada desde 1936.

No ano de 2007 O Castelo de Guimarães foi eleito informalmente como uma das Sete Maravilhas de Portugal.

Atualmente o Castelo continua a ser um dos mais emblemáticos e conhecidos castelos medievais portugueses.