Home > lisboa 

Sé de Lisboa

Todas as fotografias / imagens são fornecidas apenas para orientação.
Fica no Largo da Sé, cidade de Lisboa, Centro de Portugal
 
A Construção da Sé de Lisboa
 
A sua construção teve início na segunda metade do século XII, após a conquista da cidade por D. Afonso Henriques aos mouros, e apresenta-se hoje como uma mistura de estilos arquitetónicos.
As Características da Sé de Lisboa
 
O projeto românico original da catedral lisboeta foi construído também a partir da segunda metade do século XII, da construção inicial dos séculos XII e XIII a Sé mantém o esquema geral de planta em cruz latina de três naves escalonadas com transepto saliente.

A nave é de seis tramos com a nave central mais alta que as laterais sendo a central coberta por abóbada de berço e as laterais por abóbadas de aresta.

O transepto é igualmente abobadado, coroado por rosáceas em ambos os topos, nas naves laterais há um trifório (galeria) em estilo românico com arcaria aberta para a nave central, e sobre o transepto ergue-se uma torre-lanterna com abóbada octogonal de pedra.

A fachada principal da igreja voltada a oeste foi muito modificada nos restauros do século XX, mas o esquema geral de um corpo central com um portal e rosácea flanqueado por duas altas torres contrafortes segue o projeto românico original.
A Remodelação da Sé de Lisboa
 
Nos restauros do século XX a rosácea foi reconstruída, e algumas janelas foram abertas e as torres e corpo central foram coroados com ameias.

As torres de planta quadrada possuem no último registro arcadas de cinco arquivoltas que permitem ver os sinos no interior.

A torre norte ainda é em grande parte autêntica, mas a sul teve de ser parcialmente reconstruída após o Terramoto de 1755.

No interior da torre norte há uma câmara coberta por uma abóbada com quatro máscaras românicas nos cantos, muito semelhante à abóbada do transepto da Sé de Coimbra.

O portal principal encontra-se protegido por um nártex e é ainda o original românico, possui quatro arquivoltas de volta perfeita com oito capitéis esculpidos com motivos vegetalistas e figurativos.

As esculturas figurativas têm temas diversos: homens que lutam montados sobre leões, o Arcanjo Miguel derrotando o dragão, uma figura de rainha (talvez representando uma virtude) e três pequenos personagens que poderiam representar mártires de Lisboa.

O interior da Sé possui poucas fenestrações e é muito escuro, e apenas a zona da capela-mor é iluminada por lunetas.

A nave central é mais alta que as laterais e possui uma galeria de arcadas (o trifório), a abóbada de berço da nave teve de ser reconstruída em pedra quando a Sé foi restaurada nos inícios do século XX.

Do lado esquerdo da entrada abre-se um batistério decorado com pinturas e azulejos azuis e brancos que contam episódios da vida de Santo António de Lisboa, a pia batismal é de mármore e tem forma octogonal.

Do lado esquerdo da nave, próximo à fachada principal, abre-se o portal da Capela de São Bartolomeu, construída c. 1324 como capela privativa do comerciante lisboeta Bartolomeu Joanes.

O portal da capela em estilo gótico está inserido num gablete e possui cinco arquivoltas de arcos apontados com capitéis vegetalistas. No interior, a capela de planta retangular contém o túmulo com jacente de Bartolomeu Joanes, datado do século XIV e decorado com as armas do defunto.

Na nave lateral norte abre-se o portal do Camarim do Patriarca decorado no interior com um retábulo, e imagens e pinturas da era barroca.

Adossada à nave lateral sul se encontra o edifício da Sacristia que foi construído em meados do século XVII (1649), e atribuída ao arquitecto Marcos de Magalhães, e no interior destacam-se os embutidos de mármore e o arcaz de madeira de António Vaz de Castro.

A atual capela-mor é de caráter barroco e foi construída e decorada na segunda metade do século XVIII, após o Terramoto de 1755.

A capela é de três tramos separados por pilastras com capitéis jônicos e é revestida por painéis de calcários de cor vermelha, branca, amarela e azul.

A cobertura é de abóbada com lunetas, o que permite a entrada de luz, revestida com estuque e exibindo vários painéis pintados.

Os temas dos painéis centrais são Deus, Jesus e o Espírito Santo, enquanto que os painéis laterais, localizados sobre as lunetas, representam símbolos associados a Maria e a Cristo: a ave fénix, o Agnus Dei, pão, sol, trigo, açucena, porta, rosa, pelicano e chamas.

O pavimento é também revestido com calcários de várias tonalidades, formando padrões decorativos geométricos.

A parede testeira da capela é ocupada por um simples altar com um painel pintado representando a "Assunção da Virgem" envolvido por uma moldura em cantaria, ladeiam o painel duas tribunas com varandim e balaustrada e, ao lado destes, confrontados, encontram-se os arcossólios com os túmulos de D. Afonso IV e sua esposa D. Beatriz.[3]

Os túmulos, refeitos após o terramoto pelo escultor Joaquim Machado de Castro, têm forma de urna.

O do rei é decorado com anjos a abrir uma cortina e é encimado por uma águia e a inscrição latina traduzida por ("Almejo a grandeza") relativo à Batalha do Salado em que D. Afonso IV teve destacada atuação.

O túmulo da rainha é decorado por anjos que seguram uma cruz, um livro e uma cornucópia, e é encimado por um pelicano.

Ambos túmulos ostentam os escudos reais e os símbolos da morte: o crânio com as tíbias cruzadas

A capela-mor tem ainda dois órgãos, um deles construído na década de 1780 pelo organeiro Joaquim António Peres Fontanes e o outro recente da década de 1960, construído pela firma holandesa Flentrop.
A Classificação da Sé de Lisboa
 
A Sé de Lisboa está classificada como Monumento Nacional desde 1910.