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Ponte Vasco da Gama

Todas as fotografias / imagens são fornecidas apenas para orientação.
Fica no estuário do rio Tejo, na área da Grande Lisboa, ligando o concelho de Alcochete a Lisboa e Sacavém, muito próximo do Parque das Nações onde se realizou a Expo 98, Centro de Portugal
 
A Ponte possui 12,3 km de comprimento (que se dividem em 0,8 km de ponte principal e 11,5 km de viadutos) é a mais longa ponte da União Europeia, a segunda mais longa da Europa após a Ponte da Crimeia e uma das mais extensas do mundo.

A ponte, servida por 4,8 km de acessos dedicados (0,9 km para norte e 3,9 km para sul) foi construída para criar uma alternativa à congestionada Ponte 25 de Abril, e para evitar que o trânsito que se desloca entre o norte e sul de Portugal atravessasse o interior de Lisboa.

A construção iniciou-se em fevereiro de 1995 e terminou a Março de 1998, e na altura foi necessário tomar especiais cuidados com o impacto ambiental visto que a ponte atravessa o Parque Natural do Estuário do Tejo uma importante área à escala europeia de alimentação e nidificação de aves aquáticas.

A Ponte Vasco da Gama foi inaugurada em 29 de março de 1998, dois meses antes da abertura da Exposição Mundial, o seu nome comemora os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia ocorrida em maio de 1498.

Na inauguração da ponte foi servida uma feijoada que teve direito a inscrição no Guinness World Records.

O projeto implicou a elaboração no primeiro semestre de 1994 de um estudo de impacto ambiental tendo em atenção que a obra se iniciou em zona de habitações degradadas e atravessou o rio em local adjacente a áreas protegidas, na margem sul percorreu salinas e áreas agrícolas.

As principais características da Ponte possui um comprimento total da travessia de 17.185 m, comprimento total das estruturas em ponte e viadutos e de 12.345 m, comprimento do acesso até Sacavém 945 m, comprimento do Viaduto Norte 488m (11 vãos), comprimento do Viaduto da Expo (Parque das Nações) 672m (12 vãos), comprimento da Ponte Principal 826 m, comprimento do vão principal 420 m, Altura dos pilares do vão principal 148 m, Altura livre para a navegação 47 m, Comprimento do Viaduto Central 6.531m (80 vãos), Comprimento do Viaduto Sul 3.825m (84 vãos), comprimento do acesso até ao Montijo 3.895 m, Número de caixotões 81, Volume total de betão 730.000 m3, Peso do aço em armaduras 100.000 toneladas, Total de vigas - tabuleiro pré-fabricadas 150, Volume total de movimentação de terras 1.400.000 m3, Área total de tapete betuminoso 400.000 m2, Número máximo de trabalhadores 3.300.

A zona de proteção especial na margem sul foi ampliada para mais de 12 mil hectares, ou seja, mais de 30%.

Na margem norte, o traçado escolhido colidiu com a existência de bairros degradados e armazéns clandestinos.

A Lusoponte foi a primeira entidade em Portugal a efetuar ações de expropriações e novos alojamentos, quase 300 famílias passaram a ter habitações com condições aceitáveis, a Lusoponte construiu também uma nova escola.

Na margem norte foi necessário construir duas galerias subterrâneas em betão armado: a primeira com 300 m de comprimento e 6x4 de secção para desviar a água abastecimento à rede de Lisboa e que passava pelo centenário aqueduto do Alviela,

A outra galeria com uma secção quadrada de 3 m de lado e cerca de 1 800 m de comprimento destinou-se a substituir as linhas aéreas de alta tensão, o transporte e a distribuição de energia passaram a ser feitos com mais segurança.

O trabalho simultâneo em várias frentes de 18 km da travessia foi dividido por setores de construção: Nós de Sacavém e da Portela, Viaduto Norte, Viaduto Expo, Ponte Principal, Viaduto Central, Viaduto Sul, Acesso Sul e Nó Sul.

Na margem norte, o nó de Sacavém e da Portela ficou a cargo da Bento Pedroso Construções, H.Hagen e Teixeira Duarte.

No ano de 1995 as obras que iriam transformar aquela zona num importante interface rodoviário abriram-se caminhos para 3 passagens inferiores e 3 viadutos para ligações à Autoestrada do Norte, CRIL, Estrada Nacional 10, Segunda Circular e Parque das Nações (EXPO 98).

O viaduto norte ficou sob a responsabilidade da Teixeira Duarte, este viaduto atravessa a Linha Ferroviária do Norte e vai ligar-se ao viaduto Expo, em 1995 começaram a erguer-se os pilares, ao todo são 10 pilares para apoiar um tabuleiro com 488 m de comprimento.

O Viaduto Expo ficou a cargo da Campenon Bernard SGE, com uma extensão de 672 m, este viaduto é sustentado por 12 pares de pilares de betão de altura variável.

O tabuleiro iria ser constituído por 462 segmentos pré- fabricados designados por aduelas, a junção destas aduelas foi feita pelo processo construtivo de avanços sucessivos.

A Ponte Principal é uma estrutura de betão espetacular, já que o tabuleiro se encontra suspensa por cabos às torres principais, o seu vão central é de 420 m e os vãos laterais têm 203 m.

As torres centrais medem 150 metros de altura e o tabuleiro está 47 metros acima do nível da água na zona do canal de navegação denominado Cala do Norte.

O tabuleiro é uma estrutura mista composta por lajes de betão assentes em carlingas de aço encastradas em duas vigas de betão laterais de onde partem os tirantes para as torres.

As torres Norte e Sul, em forma de H, apoiam-se em fundações também concebidas para suportar o impacto de um navio de 30 000 toneladas que se desloca a uma velocidade de 12 nós, cada fundação destas torres assenta em 44 estacas moldadas com 2,2 m de diâmetro e atingem profundidades superiores a 65 m.

A construção dos 6 351m do Viaduto Central foi feita aplicando sobre 81 pilares duplos vigas pré-fabricadas com 78 m de comprimento e 2 200 toneladas de peso.

A fundação de cada par de pilares está assente em 8 estacas cravadas, de 1,7 m de diâmetro, que atingem em alguns casos os 95 m de profundidade no leito do rio.

O tabuleiro está a cerca de 14 metros acima do nível da água na maior parte do comprimento deste viaduto, mas eleva-se até aos 30 metros sobre os dois canais navegáveis, a Cala das Barcas e a Cala de Samora cujos vãos de 130 m permitem a passagem de navios de médio porte.

Neste Viaduto existem 5 alargamentos do tabuleiro para permitir aos veículos a paragem de emergência, as vigas do tabuleiro começaram por ser subdivididas em 8 troços menores foram interligados para perfazer os 78 m de comprimento recorrendo-se então à utilização de cabos de pré-esforço.

As vigas-tabuleiro foram transportadas para o local definitivo recorrendo ao Rambiz, uma grua flutuante de grande capacidade, o estaleiro trabalhou a um ritmo intensivo produzindo uma destas vigas a cada dois dias.

O Viaduto Sul, com 3 825 metros de comprimento, é constituído por um tabuleiro duplo com vãos de 45 metros, construído com recurso a dois pares de vigas de lançamento.

Os 85 grupos de 4 pilares deste Viaduto estão assentes em estacas moldadas localizadas parte no rio e parte em terra.

Na sua parte terrestre, este viaduto passa pelas Salinas do Samouco, uma zona ambientalmente sensível para as aves. O viaduto foi construído a partir de um aterro temporário, que foi removido após a conclusão das obras.

Os 3,9 km do Acesso Sul ligam a Ponte Vasco da Gama ao nó rodoviário Sul por terrenos agrícolas, na sua maioria. As ligações locais mais próximas são com Setúbal (pelo nó da A2/A12) e com Alcochete (pelo IC3), Montijo, Barreiro (via IC21) e Monte da Caparica (via IC20) (pela A33) e o Pinhal Novo (pelo nó do Pinhal Novo).

A ponte tem uma esperança de vida de 120 anos, tendo sido projetada para suportar velocidades do vento de 250 km/h, e resistir a um sismo 4,5 vezes mais forte do que o histórico Terramoto de Lisboa, em 1755, sismo estimado em 8,7 na escala de Richter.

A ponte tem um perfil transversal de 3+3 vias, ou seja, um total de seis vias com um limite de velocidade de 120 km/h, em dias de vento, chuva ou de céu nublado o limite de velocidade é reduzido para 90 km/h.

O número de vias pode ser alargado para oito quando o tráfego chegar a uma média diária de 52 000 veículos.