Convento e Igreja de São Francisco

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Localizam-se na freguesia de São Sebastião, concelho de Guimarães, distrito de Braga, Norte de Portugal
 
A história da Ordem Franciscana em Guimarães remonta a 1217, em pleno reinado de D. Afonso III, quando chegou à vila frei Gualter um frade menor enviado a Portugal para introduzir esta ordem mendicante no país.

Os frades mudaram-se para umas casas precárias até 1400, quando D. João I ordenou a reedificação do convento no local onde ainda se encontra.

A obra durou grande parte do século XV, a ábside da igreja que ainda é a original em estilo gótico foi terminada por volta de 1461.

D. Constança de Noronha (1395-1480), 1ª duquesa de Bragança entrou na Ordem Terceira de São Francisco, e ao morrer foi sepultada na igreja, o túmulo com seu perfil jacente ainda pode ser visto no interior.

Na década de 1740 a nave de igreja foi totalmente alterada: os arcos e colunas da nave foram suprimidos criando um espaço unificado do tipo igreja-salão.

Na área entre o transepto e a nave, os três arcos originais foram substituídos por um arco único monumental, um novo retábulo da capela-mor da autoria de Miguel Francisco da Silva e executado por Manuel da Costa Andrade, além de vários outros retábulos de talha dourada que decoram a igreja.

O mais notável desta época é a cabeceira da igreja composta por uma grande ábside central poligonal flanqueada por dois absidíolos bastante menores.

Os janelões da ábside são grandes e subdivididos por colunas e molduras, a decoração dos capitéis e molduras destes janelões mostram influência do Mosteiro da Batalha.

No interior, tanto a capela-mor como as laterais da cabeceira são cobertas por abóbadas de cruzaria de ogivas.

Outros elementos góticos são o portal principal da igreja e o portal da sala do capítulo, localizada no claustro, e o portal principal pela quase ausência de decoração e rudeza na realização parece mais uma obra do período românico.

O interior da igreja é de nave única com capelas laterais, esse espaço é o resultado de uma grande reforma ocorrida entre 1746 e 1749 que suprimiu as divisões do corpo da igreja, originalmente de três naves.

Um grande arco triunfal separa a nave da zona do transepto, encimado pela coroa real e o símbolo da ordem franciscana.

O tecto de madeira da nave é decorado com pinturas ilusionistas (trompe d''''oeil), as paredes do transepto são cobertas com azulejos brancos-azuis da primeira metade do século XVIII de autoria incerta.

A capela-mor gótica é separada do transepto por um grande arco de talha dourada, a abóbada de ogivas da capela possui nos fechos o brasão de D. João I, o promotor da obra no século XV.

Um grande retábulo de talha dourada de excelente factura ocupa a capela: encomendada ao entalhador Manuel da Costa de Andrade (1743) que o realizou de acordo com o desenho de Miguel Francisco da Silva inspirado no retábulo da capela-mor da Sé do Porto que serviu de modelo para outros da região.

Nas suas colunas salomônicas estão as imagens de vários santos franciscanos, a partir de 1591 foi construído o claustro de dois andares, uma importante obra em estilo maneirista da autoria do mestre vimaranense Gonçalo Lopes.