Parque do Bom Jesus do Monte

O Parque Natural do Bom Jesus do Monte localiza-se no Santuário do Bom Jesus do Monte, na freguesia de Tenões, na cidade de Braga, norte de Portugal.

Em 27 de janeiro de 1806, os terrenos baldios localizados nas imediações da Igreja do Bom Jesus foram doados ao santuário.

A partir de então, foram plantadas árvores, formadas clareiras, abriu-se um lago artificial de grandes dimensões e construíram-se caminhos.

Atualmente, o parque constitui-se numa área arborizada, diversos jardins, grutas com cimento armado, um grande lago artificial com barcos para alugar, caminhos de mata verdejantes para passear, terreno em declive, rampas, trilhos e atalhos para explorar.

Neste parque abunda imensa vegetação rica em diversas espécies, árvores de grande porte, musgos, heras, sebes rústicas, plantas arbustivas, mirantes sobre penhascos, viveiros de plantas, os altos taludes revestidos de arbustos, flores, a água rompendo por toda a parte em catadupas, podendo ouvir-se a queda da água de altura considerável, em grande quantidade e com grande estrondo.

No Bom Jesus encontramos várias grutas: a mais famosa está situada ao lado da basílica e é constituída em abóbada de grosseiras pedras, construída nos primeiros anos do século XX, sob projeto de Ernest Korrodi.

Esta gruta foi iniciada em 1902 e foi executada por Martins José Branco, do Porto.

Esta gruta em abóbada com uma pequena lagoa, guarnecida de plantas aquáticas, a água que jorra está submetida aos efeitos do sol produzindo um efeito semelhante a uma erupção vulcânica, onde se pode ver no lago bolhas de água fervilhando.

A inauguração da gruta iniciou-se em 9 de agosto de 1903, e situa-se numa plataforma acima da igreja, com um amplo espaço cuidado com jardim formando vários canteiros de relva, pequenos arbustos, por cima um mirandouro octogonal construído em cortiça e por escadas sinuosas acede-se ao cimo.

Neste lago artificial pode-se dar um passeio de barco apreciando a paisagem.

Este espaço é formado por árvores centenárias de grande porte, carvalhos, pinheiros, vegetação rica, caminhos para dar um passeio a pé, pontes rústicas, court de ténis, cafés, fontes, bancos de pedra, ouvir o canto dos pássaros.

A escultura de Moisés situa-se sobre um penhasco ao lado do coreto e do lago do parque, resguardada por um varandim ornamentada por uma longa trepadeira.

Aparece representando Moisés contendo na mão esquerda uma vara, a direita apontando para a abundante água, aludindo ao milagre de fazer brotar da rocha o líquido refrescante para saciar os israelitas sequiosos.

Esta fonte situa-se numa das alamedas do parque, nas traseiras do templo, foi construída em 1751 e trazida para o Bom Jesus no ano de 1919 com traços de André Soares.

Esta gruta caracteriza-se por uma decoração exuberante, concheados assimétricos plantados nos solo afirmando a existência do estilo rococó, cobertura em forma de baldaquino, com motivos florais e conchas cobrindo toda a superfície das colunas, cornija e cobertura.

No seu interior aparece uma fonte alegorizada e a estátua de Hércules, uma figura de estatura mediana, com braço direito levantado, a cavalo de uma hidra que lança água pela boca e ouvidos.

Hércules simboliza força física, bravura, um grande guerreiro, mas também utilizava trapaças, e ao destruir diversos monstros perigosos obteve a ascensão aos reinos do monte Olimpo, onde recebeu as boas-vindas dos deuses.

Hércules simboliza a vitória e as fraquezas da alma humana, ou seja, a guerra entre o bem e mal que representa o símbolo de todos os pecados.

No Santuário do Bom Jesus do Monte podemos encontrar 3 coretos em localizações distintas: o primeiro coreto localiza-se por cima da gruta de Ernest Korrodi, a 23 de maio de 1912 procedeu-se ao levantamento de uma armação de ferro para a execução deste coreto conhecido também como caramanchão, as suas armações imitam a madeira, tem uma forma octogonal, e no chão uma rosa dos ventos com a data de 2 de janeiro de 1914.

O segundo coreto localiza-se em frente à Casa das Estampas, na esplanada do templo foi construído em granito, nos finais da década de vinte, e serviu de palco as festas anuais do Espírito Santo.

O terceiro coreto mais simples e forma octogonal, localiza-se perto do lago num local mais resguardado, na sua construção foram utilizadas a madeira e o metal pintados de vermelho.

Esta capela fica entre o terreiro da Hospedaria e o Largo dos Evangelistas, e está situada num caminho de árvores plantadas em fila entre o arvoredo junto ao Parque do Bom Jesus.

A Capela da Deposição no Túmulo ou Unção das Lágrimas é uma construção do tempo de D. Rodrigo Moura Teles de plano sextavado.

No interior podemos ver a figura do sacrossanto cadáver estendido num lençol a ser ungido e amortalhado, e os discípulos José de Arimatéia e Nicodemos seguram-no com as mãos.

A figura de Maria Santíssima contemplando o seu divino filho profundamente amargurada, Maria Cleofas e Verônica, Maria Salomé, Madalena ajoelhada chorando copiosamente.

Atrás da Santíssima Virgem, São João o Evangelista, e mais quatro varões em atitudes de assombro e terror, o centurião romano com capacete e lança na mão.

O conjunto de 14 imagens foi fornecido pelo Padre Silvestre de Campos e executado por António Monteiro.

No exterior da Capela podemos ver a seguinte inscrição traduzido por: “depuseram-no no sepulcro”

Esta pequena capela situa-se junto a uma alameda, num caminho onde existem árvores plantadas em fileiras perto do Parque do Bom Jesus.

A Capela da Ressurreição tem uma forma quadrada, possui um sepulcro em forma de gruta, onde figuram seis soldados judeus, a imagem de Jesus ressuscitado elevada sobre o sepulcro.

No exterior da Capela, na parte superior da entrada podemos ver a seguinte inscrição traduzida por:"ressuscitou, conforme havia dito”.