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Escadórios do Bom Jesus

Todas as fotografias / imagens são fornecidas apenas para orientação.
Estrada de São Pedro, na cidade e distrito de Braga, norte de Portugal.
 
Os escadórios do Bom Jesus, localizam-se na Estrada de São Pedro, concelho e distrito de Braga, no norte Portugal. Fica situado nas proximidades do Santuário de Nossa Senhora do Sameiro.

Os escadórios estão divididos em três grandes lanços: o chamado "Escadório do Pórtico", o "Escadório dos Cinco Sentidos" e o "Escadório das Três Virtudes".

O início dos escadórios do Bom Jesus são formados pelo Escadório do Pórtico e localiza-se na parte inferior do primeiro lanço da escadaria erguido em 1723, nele se inscreve o brasão do responsável pela sua construção, o então Arcebispo de Braga, D. Rodrigo de Moura Teles.

O Pórtico do Bom Jesus localiza-se na parte inferior do primeiro lanço da escadaria, e nele se inscreve o brasão do responsável pela sua construção, o então Arcebispo de Braga D. Rodrigo de Moura Teles.

Nos Escadório do Pórtico situam-se as primeira Capelas da Via Sacra: a primeira “Capela da Última Ceia ou do Cenáculo”, a segunda “Capela da Agonia ou do Horto”, a terceira “Capela da Traição ou Prisão com a Fonte de Diana”, a quarta “Capela das Trevas e Fonte de Marte”, a quinta “Capela da Flagelação e Fonte de Mercúrio, a sétima “Capela do Pretório de Pilatos”, a oitava “Capela da Subida para o Calvário e Obeliscos”, a nona “Capela das Quedas ou de Cirineu” e a décima “Capela da Crucificação”.

O segundo lance dos escadórios são formados: “Escadório dos Cinco Sentidos” por cinco lances de escadas separados por patamares com fontes alegóricas aos cinco sentidos: “Fonte da Visão”, “Fonte da Audição”, “Fonte do Olfacto”, “Fonte do Paladar” e a “Fonte do Tacto”.

O terceiro lance dos escadórios são formados: ”Escadório das Três Virtudes” possuindo três fontes dedicadas às Virtudes teologais: “Fonte da Fé”, “Fonte da Esperança” e “Fonte da Caridade”.

O escadório termina no Largo do Pelicano ou Terreiro de Moisés, a que se segue o Adro, a Basílica do Bom Jesus e o Terreiro dos Evangelistas.
Escadório do Pórtico
 
O início da escadaria é acedido pelo Pórtico do Bom Jesus que se caracteriza por um arco no início da escadaria, um portal em arco de volta perfeita, rasgados nas fachadas laterais por óculos, onde se encontra o brasão com as armas do responsável pela sua construção, o então Arcebispo de Braga D. Rodrigo de Moura Teles.

No exterior dos pilares encontram-se duas inscrições traduzidas por: "Jerusalém santa restaurada e reedificada no ano de 1723" e "Pelo illustrissimo senhor Dom Rodrigo de Moura Telles Arcebispo Primaz".

Neste lanço inicial encontram-se as primeiras capelas da Via Sacra do Bom Jesus:a primeira “Capela da Última Ceia ou do Cenáculo”, a segunda “Capela da Agonia ou do Horto”, a terceira “Capela da Traição ou Prisão com a Fonte de Diana”, a quarta “Capela das Trevas e Fonte de Marte”, a quinta “Capela da Flagelação e Fonte de Mercúrio, a sétima “Capela do Pretório de Pilatos”, a oitava “Capela da Subida para o Calvário e Obeliscos”, a nona “Capela das Quedas ou de Cirineu” e a décima “Capela da Crucificação”.
Capela da Última Ceia ou do Cenáculo (a primeira Capela dos escadórios ou da Via Sacra)
 
Após passar o Pórtico,os encurvamentos das escadarias são marcados por Capelas que representam episódios da vida e paixão de Cristo.

A Capela da Última Ceia ou do Cenáculo é a primeira capela dos escadórios e no interior podemos ver Jesus sentado à mesa com os 12 apóstolos, no acto da instituição da Eucaristia, mistério central que fundamenta a fé, depois de lhes ter lavado os pés num gesto de muito amor e profunda humildade.

Ao seu lado esquerdo, o Apóstolo e Evangelista São João reclinado sobre o peito e na extremidade da mesa Judas, o traidor, a mesa da ceia está coberta de alimentos com o pão e o cálice no centro do painel abrindo caminho para a vida eterna.

Sobre a porta em arco uma inscrição traduzida por: “Acabada a ceia, Jesus tomou o pão e disse: Comei, isto é o meu corpo”.
Capela da Agonia ou do Horto (segunda Capela dos escadórios ou da Via Sacra)
 
A segunda Capela do lado norte representa o Horto de Getsemani, de planta quadrada, brasonada e foi edificada no tempo de D. Rodrigo de Moura Teles.

O interior desta Capela foi construído em 1788, e contém 5 imagens: um Anjo, Cristo e três Apóstolos (Pedro, Tiago e João) e depois da última ceia Jesus retirou-se já de noite com os Apóstolos para o Monte das Oliveiras.

E aqui o vemos rezar com os braços abertos, rosto angustiado, e o sangue escorrendo pelo rosto, e os três Apóstolos adormeceram e no alto junto da parede um Anjo que tem na mão a Cruz e o Cálice da amargura que o Divino Redentor aceitou sofrer pelos nossos pecados.

Na parte superior da frontaria lemos a inscrição gravada no granito traduzida por:”Cheio de angústia, Jesus orava com mais insistência ainda”.
Capela da Traição ou Prisão e a Fonte de Diana (terceira Capela dos escadórios ou da Via Sacra)
 
Junto de um dossel de verdura, árvores de grande porte, mata verdejante encontra-se a terceira Capela Brasonada, de planta oitavada, onde se encena a traição de Judas e a prisão de Jesus.

Aqui somos conduzidos para o “Getsêmani”, para o Jardim das Oliveiras, Depois de Jesus ter alertado os sonolentos discípulos para que vigiasse e orassem para não cair em tentação, são surpreendidos por Judas, o Traidor, e por uma grande multidão que vinha com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo.

No interior da Capela encontramos 11 imagens, onde se encena o ósculo da traição e as tentativas de Pedro para defender o Mestre.

Nesta encenação da prisão, o beijo é um rude sinal de traição.

No exterior encontramos a inscrição traduzida por: “Deitaram a mão em Jesus e o prenderam”. No lado esquerdo da Capela está um fontanário ou fonte de Diana, com os respectivos emblemas: mão, aljava e arco.

Diana era a deusa romana que se identificava como a divindade dos bosques e florestas, da caça, das correntes de água e dos lagos. Segundo a tradição, esta deusa vingativa comprazia-se com os sacrifícios humanos, e promovia massacres de animais.
Capela das Trevas e Fonte de Marte (quarta Capela dos escadórios ou da Via Sacra)
 
A Capela da Trevas, oitavada, com armas arquiepiscopal na cornija, contendo a imagem de Cristo com as mãos atadas e olhos vendados surgindo a direita a fonte de Marte com espaldar contracurvado, encimado por pináculos onde surgem os atributos bélicos.

No interior da Capela podemos encontrar a imagem do Bom Jesus sentado numa pedra da autoria do Evangelista Vieira com os pulsos presos e os olhos tapados.

Levado da casa de Anás para Caifás ele perguntou-lhe se ele era filho de Deus, então respondeu com firmeza “Tu o dizes, eu sou”.

Caifás rasgou as vestes em sinal de protesto e acrescenta “ é réu de morte”. De seguida, tapam-lhe os olhos e lançam-se sobre Ele com bofetadas, escarros, pontapés e toda a espécie de maus tratos.

No exterior e por cima da padieira da porta pode-se ler traduzido por: "Então uns cuspiram-lhe no rosto… e outros deram-lhe bofetadas”.

A direita da Capela encontra-se a fonte de Marte cujos símbolos guerreiros são: uma pistola, um alfange e uma lança. Marte é o Deus romano da guerra, simboliza a brutalidade, rejubilando-se com a agressividade normalmente canalizada para o mal. Se por um lado é o matador, punidor e vingador, por outro lado, o protetor das colheitas, o defensor dos lares e dos jovens.

Era costume sacrificar numerosos jovens em honra de marte. O Cristo desta capela poderia ser visto como um jovem oferecido em holocausto.
Capela da Flagelação e Fonte de Mercúrio (quinta Capela dos escadórios ou da Via Sacra)
 
Esta ascensão pela montanha sagrada conduz-nos à Capela dos Açoites e aqui podemos ver apenas uma imagem a de Cristo preso a uma coluna, da autoria de Fonseca Lapa, escultor de Gaia.

Nesta cena a comunicação não verbal é transmitida pela expressão de piedade da face de Cristo.

No topo frontal da capela podemos ler a seguinte inscrição traduzida por: “Pilatos prendeu Jesus e mandou-o acoitar”. Pilatos indiretamente usando a sua autoridade o mandou executar sem qualquer motivo, mas foram os soldados romanos que executaram a flagelação de Jesus.

A esquerda da Capela sobressai a fonte de Mercúrio, divindade romana, filho de Júpiter, identificado na época clássica com o grego Hermes apresenta uma mão sustentando a vara alada em que duas serpentes se enroscavam encimada por 2 asas, jogo de volutas, ornatos em espiral e conchas característico do rococo.

Mercúrio aparece como mensageiro do pai, como um pastor, aquele que guia as almas para o reino dos mortos.

A mensagem aqui é que o reino de Deus só pode ser alcançado à custa de muito sacrifício e fazendo o bem a si mesmo e ao próximo.
Capela da Coroação de Espinhos e Fonte de Saturno (sexta Capela dos escadórios ou da Via Sacra)
 
A simbologia da coroa representa humilhacao, tortura, indiferenca conduz-nos para a expressão do sofrimento de Jesus marcada pelos olhos negros e profundos.

No topo da Capela podemos ver a seguinte inscrição traduzida por: ”Saiu Jesus trazendo a coroa de espinhos”.

A fonte de Saturno ou Cronos na mitologia grega tem por alegoria um braço sustentando uma foice símbolo do tempo. Nas festas Saturnais da antiga Roma, representavam-se os chefes a servirem os seus criados.

Na cena da coroação: Cristo é o verdadeiro Rei que não é deste mundo, mas é um Rei bondoso, humilde que ama e quer o bem de todos incondicionalmente.
Capela do Pretório de Pilatos e Miradouro (sétima Capela dos escadórios ou da Via Sacra)
 
No final da subida do escadório do Pórtico podemos encontrar um miradouro datado de 1893 , lugar de descanso dos peregrinos, com amplas vistas sobre a cidade e que dá passagem para a estrada que atravessa um arco ou túnel projetado pelo engenheiro Manuel Couto Guimarães.

O miradouro está revestido de um pavimento de mosaico a base de pedra branca e preta, em caixilhos de cantaria lavrada com desenhos variados e na parte voltada a poente, um parapeito com gradeamento em ferro.

Neste espaço encontra-se a sétima Capela do Pretório de Pilatos ou do Ecce-Hommo, onde Pilatos exibe Jesus ao povo, a direita de quem sobe, construída no início do século XIX, de planta oitavada e com a insígnia heráldica do restaurador Moura Teles e exibe no pórtico o letreiro traduzido por: ”saiu Pilatos e disse: Eis aqui o Homem”.

No interior da capela podemos ver duas esculturas, a de Pilatos e a de Jesus da autoria de João Evangelista Vieira.

A oitava Capela da Coroação de Espinhos e a fonte de Saturno: e a simbologia da coroa, tortura, humilhacao conduz-nos para a expressão de sofrimento de Jesus marcada pelos olhos negros e profundos.

No topo da Capela visualiza-se a seguinte inscrição traduzida por: ”Saiu Jesus trazendo a coroa de espinhos”.
Capela da Subida para o Calvário e Obeliscos (oitava Capela dos escadórios ou da Via Sacra)
 
A oitava Capela da Subida ou caminho do Calvário já existente na época de D. Rodrigo de Moura Teles.

Aparece delineada no mapa de Carlos Amarante, e reformada pelo escultor Evangelista Vieira localizada num pátio circular à esquerda de quem sobe.

Esta Capela apresenta 12 imagens: O Senhor, Maria Madalena, o rapaz dos pregos, Nossa Senhora, uma mulher com o filho ao colo, a Verônica, Nossa Senhora das Dores, o Cirineu e os Algozes. Nesta Capela o que sobressai é Jesus carregando a Cruz nas costas, e a Cruz é símbolo de vida de ressurreição.

Por cima da porta podemos ver a seguinte inscrição traduzida por: “O Bom Jesus vergado sobre o peso do madeiro que o Cirineu ajuda a levar caminha para o Calvário…”

Ao sairmos deste espaço passamos por 2 colunas (obeliscos), em forma de serpentes enroscadas (animal que prefigura a passagem da vida terrena para a divina), no topo temos uma cabeça onde jorra a água. As colunas helicoidais tomaram a forma de 2 serpentes cujas cabeças assomam na parte superior, o movimento da água em serpente caracteriza este animal impuro. Na base de cada obelisco encontramos 4 cabeças de crocodilos indicando os quatro pontos cardeais.
Capela das Quedas ou de Cirineu (nona Capela dos escadórios ou da Via Sacra)
 
A nona Capela das Quedas ou de Cirineu construída no século XIX, de planta sextavada, e cúpula piramidal de seis faces.

No interior vemos a imagem de Jesus caído no chão com a Cruz e Cirineu segurando-a.

Do lado direito de quem sobe apresenta no cimo da porta da entrada a inscrição traduzida por:”E vieram a um lugar que se chama Gólgota”.
Capela da Crucificação (décima Capela dos escadórios ou da Via Sacra)
 
Esta Capela de planta sextavada foi construída no século XIX, mas o figurado é o mais antigo, mantendo-se as mesmas 12 imagens do século XVIII representando o monte Calvário.

Nesta pequena capela vemos representado as imagens do Bom Jesus chegando ao Calvário levando aos ombros a pesada cruz, os algozes que executaram a crucificação, mostrando-se duros e cruéis, contrastando com a dor indescritível da Virgem Mãe, que se encontra junto a cabeça de Jesus, amparada por Maria Salomé.

No lado esquerdo, temos Maria Cléofas e o Apóstolo São João com a mão na testa, chorando amargamente, e atrás caída sobre o pequeno monte Maria Madalena desolada e horrorizada.

Na parte exterior da Capela deparamos com a seguinte inscrição traduzida por:”era na hora da terça quando O crucificaram”.
A fonte das Cinco Chagas ( patamar abaixo dos Escadórios dos Cinco Sentidos)
 
A primeira fonte, a das Cinco Chagas, lança numa concha em pedra cinco vertentes saídas dum escudo ornamentado na parte superior com os instrumentos da paixão.

A fonte das Cinco Chagas ou fonte das Cinco Correntes foi construída pelo mestre Diogo Soares no ano de 1744, assumindo-se como porta de entrada no escadório dos cinco sentidos.

Ultrapassado alguns degraus somos surpreendidos com o elegante frontispício da fonte introduzida entre 4 cunhas de boa cantaria.

A fonte das Cinco Chagas de ornamentação rocaille encerrada num escudo lança água cristalina por 5 aberturas em forma de chagas numa taça ou concha de granito e ornamentada pelos instrumentos da Paixão de Cristo: cálice, cordas, coroa de espinhos, martelos, açoutes, túnica, recipiente de vinagre rematados por uma Cruz.

De um escudo em forma de brasão saem cinco pequenas aberturas que correspondem às cinco chagas do corpo de Cristo e dessas 5 fontes jorra água para 1 taça ou concha de granito levantada num pequeno patamar com 2 degraus.

Na fonte destaca-se a seguinte inscrição: "Fontes de púrpura abriu então o ódio amargo; agora o amor transforma-os aqui em cristais para ti."
Escadórios dos Cinco Sentidos
 
O Escadório dos Cinco Sentidos avançando em ângulos alternantes por lanços lances duplos e linhas divergentes que sobem para os pátios laterais convergindo para patamares com fontes alegóricas e heráldicas e vemos estátuas em granito nos parapeitos inspiradas na Bíblia.

Este escadório é dividido em cinco lanços iguais, e cada um deles com uma escada com dois lanços com nove degraus cada.

Cada corpo da escadaria tem uma fonte, três estátuas em triângulo, pilastras onde assentam pirâmides ou urnas, e os terreiros estão sustentados por muros de alvenaria, pintados de branco, com pilastras de cantaria granítica.

Este escadório e uma alegoria ao corpo humano, isto é, tudo o que é sensorial pertence ao domínio do reino animal, e veremos animais a exemplificar nas várias fontes as capacidades de cada sentido, o discurso e organizado do menos para o mais, do sensorial para o intelectual e místico, da maior ilusão fornecida pelo olhar para a total desmistificação que só o tacto pode fornecer.

A escadaria dos Cinco Sentidos ou alegórica do sistema sensorial iniciam-se junto à Fonte das Cinco Chagas, e em cada lanço de escadas existe uma fonte correspondente a um dos sentidos humanos.

A primeira estátua a expelir água pelos olhos representa a “Visão”, a segunda estátua a soltar água pelos ouvidos representa o “Audição”, a terceira a soltar água pelo nariz representa “O olfacto”, a quarta a soltar água pelo nariz representa o “Olfato” e a quinta a soltar água pela boca representa o “Paladar”
Fonte da Visão
 
Na fonte da visão existe uma estátua lançando água pelos olhos e tem na mão esquerda uns óculos, três águias olham para o sol.

A estátua central é a imagem de um pastor com a mão sobre o peito e os olhos fechados. A inscrição é traduzida por: «Varão prudente, toma-as (as lisonjeiras palavras) por um sonho e assim vigiarás».

À direita, a estátua de Moisés, tendo na cabeça dois raios de luz, e na mão direita a vara com a serpente enroscada. A inscrição traduzida por diz: «Moisés. Aqueles que, feridos, a olhavam, saravam».

À esquerda, a estátua de Jeremias representa o sol e tem na mão direita uma vara com olhos, significando a que lhe mostrou numa visão. Na inscrição traduzida por: «Eu vejo uma vara vigilante».
Fonte da Audição
 
A fonte da audição, está representada por uma figura que lança água pelos ouvidos, e por baixo três cabeças de boi.

A estátua central é de um jovem a tocar cítara com a inscrição traduzida por: «Que cantava ao som da cítara, presidindo os que cantavam e louvavam o Senhor».

À esquerda está a estátua do Rei David tocando Harpa e a legenda traduzida por: Ao meu ouvido darás gozo e alegria».

À direita a figura de uma mulher a tocar lira que com a seguinte inscrição traduzida por: «Tua voz soe aos meus ouvidos».
Fonte do Olfacto
 
Na fonte do olfacto observamos a figura da fonte que deita água pelo nariz, tem nas mãos uma caixa aberta e de cada lado um cão.

A estátua por cima da fonte é de um varão sustentando a capa com a mão direita e pegando numa flor com a esquerda e a inscrição traduzida por: «Varão sábio. Dai flores como o lírio e rescende suave cheiro».

À esquerda está Noé sustentando nos braços um cordeiro, junto dum altar com a inscrição traduzida por: «Noé. Percebeu o Senhor um suave cheiro».

À direita Sunamita abraçada a uma palmeira dizendo:«A tua estatura é semelhante a uma palmeira... e o cheiro da tua boca é como o das maçãs».
Fonte do Paladar
 
Na fonte do paladar a figura deita água pela boca e tem na mão esquerda uma maçã e de cada lado um macaco.

A estátua central representa José do Egito com um cálice na mão direita e um prato com frutas na esquerda e a inscrição traduzida por: «A tua terra seja cheia das bênçãos do senhor, dos frutos do céu e do orvalho».

À esquerda Jónatas com uma lança, desculpando-se de ter provado o mel do cortiço que tem ao lado, dizendo «Jonatas. Provei um pouco de mel na ponta duma vara; e eis porque morro...».

Na estátua da direita, Esdras segurando um cálice e pão, com o letreiro: «Esdras. Prova o pão, e não nos abandones, como o pastor no meio dos lobos».
Fonte do Tacto
 
Finalmente a Fonte do Tacto que constitui-se por uma figura que tem uma vaso de barro segurada por duas mãos, de onde cai água, sendo as aranhas os animais simbólicos.

A estátua central da fonte é de Salomão, segurando o ceptro, com a seguinte inscrição traduzida por: «Salomão. As minhas entranhas estremeceram ao seu toque».

À esquerda a estátua de Isaías que diz: «Isaías.Tocou a minha boca».

À direita a estátua de Isaac, cego com as mãos estendidas à procura do filho e proferindo:«Chega-te a mim, meu filho, para que te toque».
Escadório das Virtudes
 
O escadório das Virtudes inicia-se num átrio quadrangular e foi desenhado por Carlos Amarante ao mesmo tempo que a Basílica ou igreja do Bom Jesus.

Por isso, são notórias algumas semelhanças desta escadaria num estilo neoclássico com a Basílica do Bom Jesus.

Neste lanço podem encontrar-se fontes alegóricas alusivas à Fé, Esperança e Caridade que são as Virtudes Teológicas necessárias à entrada no Templo.
Fonte da Fé
 
A fonte da Fé apresenta uma cruz simples com três goteiras nas aberturas dos cravos e a seguinte inscrição traduzida por: «Correrão Dele águas vivas».

A estátua central representa a Fé, figura de mulher com os olhos vendados, segurando um cálice com uma hóstia na mão esquerda e com a direita apontando para o ouvido. Na legenda lê-se: «Fé...argumento das coisas que se não vêem...a fé é pelo ouvido: e o ouvido pela palavra de Cristo».

À esquerda a estátua da docilidade representada por uma mulher com o braço esquerdo levantado, apertando na mão uma serpente. No braço direito um escudo com uma cabeça de elefante, rematada por uma ampulheta coroada com uma serpente entre dois espelhos. A inscrição diz: «Com o coração se crê para alcançar a justiça».

À direita a estátua da confissão, sustentando na mão esquerda as Tábuas da Lei e com a direita apontando para os mandamentos. A inscrição diz: «Mas com a boca se faz a confissão para conseguir a salvação.»
Fonte da Esperança
 
A fonte da Esperança é simbolizada pela arca de Noé por baixo da qual cai água com a legenda:«Arca na qual... se salvaram almas».

A fonte tem no seu topo a estátua da esperança, pegando numa âncora na mão esquerda e uma pomba na direita e a inscrição: «Aguardando esperança bem-aventurada e a vinda da glória.

Do lado esquerdo está a estátua da Confiança com um navio na mão e a inscrição: «Na esperança estará a vossa fortaleza.»

Do lado direito está a estátua da Glória que segura o sol e uma palma com a inscrição: «O olho não viu nem o ouvido ouviu».
Fonte da Caridade
 
A Caridade é representada por duas crianças de pé, tendo nas mãos um coração com uma bica de água.

Ao centro e no plano superior está uma estátua de mulher com duas crianças nos braços e a inscrição: «São três estas virtudes... a maior delas, porém, é a caridade».

À esquerda a estátua da Benignidade. Uma figura feminina com diadema coroado pelo sol, encostada a um elefante, com os braços abertos e um ramo de pinheiro na mão direita. A inscrição diz: «A caridade é benigna».

À direita a estátua da Paz, com um ramo de oliveira na mão direita e a inscrição: «Paz seja aos irmãos e caridade com fé».